domingo, 21 de junho de 2009

Choque de Realidades

Anteontem tive a oportunidade de participar de dois programas TOTALMENTE diferentes.

No período da tarde fui a uma festa junina em uma escola pública que fica em uma comunidade extremamente carente em um bairro da periferia de São Paulo. A música era horrível, confesso e confiaram o microfone a uma das pessoas com a voz mais estridentes do Brasil. Conclusão, em menos de 30 minutos de festa eu estava COMPLETAMENTE ensurdecido pelos brados vibrantes da "moça dos recados". Imaginem uma festa onde as crianças usam fantasias que não combinam com os sapatos e fitas que destoam de todo o resto. Pois bem, foi assim.

Agora... me pergunta se eu gostei de ter ido? AMEI! Não vejo a hora (e estou sendo extremamente sincero) em ser convidado para a próxima edição no ano que vem. Em determinados momentos, a irmã da diretora da escola tocava em meu ombro e falava "quando você sair do seu transe, conversamos"! Eu fiquei absorto completamente em observar as relações sociais presentes naquele ambiente. O comprometimento das pessoas simples da comunidade em prestigiarem a festa da escola e em disputarem juntamente com outras dezenas de pessoas o espaço do caixa para comprarem a R$ 1,00, uma fatia de bolo que eles mesmo doaram para a festa, é completamente incrível.

Dentro de tamanha simplicidade me deparei com essas duas menininhas (irmãs) que tinham suas fantasias iguais e TIVE que pedir pra tirarem uma foto comigo. Certamente o momento mais divertido de toda a festa foi quando cheguei ao lado do meu irmão e ele estava torcendo o nariz. Perguntei o que o afligia e ele me disse que uma pessoa com um "cheiro marcante" havia passado por ali. Por cheiro marcante, leia-se "um fedô sem precedentes na história humana".

Depois disto, vim pra casa e após uma longa preparação, fui a despedida da minha prima em um bar e restaurante chamado SKYE. Pra quem não conhece, o Skye fica em cima do hotel Unique na Av. Bridadeiro Luiz Antonio. Um ambiente RECHEADO de pessoas extremamente bonitas, cheirosas e bem vestidas. O ambiente tem cheiro, cor e cara de sucesso (como diria o Luan). Não cobram entrada, nem couvert artístico. Até aí, tudo bem. A latinha de Coca-Cola não sai por menos de R$ 8,00. Entenderam porque não cobram a entrada?

Vi minha prima vestida para MATAR e cheia de alegria. Esta era a festa de despedida dela, uma vez que viajará para a China a trabalho. Voltando ao Skye... o lugar é um luxo só. As pessoas são tão bem vestidas que dá medo de abraçar a pessoa e "amassá-las".

As duas festas foram proporcionalmente maravilhosas, mas confesso que tirei muito mais lições de vida e comportamento da primeira!

5 comentários:

  1. Bem, como não fui no primeiro evento apesar de imaginar que tenha sido muito agradável, posso dizer que no Skye aprendi algumas coisas: Dinheiro e beleza são sinônimos; Sabonete com cheiro de almíscar existe; Elevadores com iluminação praticamente inexistente que te obrigam a ficar atento pra não trombar com outras pessoas é chique; Andar lentamente e sorrindo é tradição entre os afortunados.

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  2. Alex, meu querido, sei exatamente o que vc sente ao escrever coisas assim, do cotidiano, da sua vida, das suas experiências.. a partir de agora serei seguidora de carterinha de seu blog!!!

    Beijos
    Ana

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  3. Querido Alex!!
    Vc como sempre genial!
    Beijo grande
    Desa.

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  4. Sinto que uma vez que estejamos integrados em tudo que acontece ao nosso redor, em nossos projetos pessoais e profissionais, na igreja, com os verdadeiros amigos, e com as pessoas que gostamos, tudo se torna melhor, as portas se abrem, as dúvidas somem, e conseguimos prosseguir mais firmes, constantes, e com energia para desfrutar tudo o que existe de belo nessa vida.Todos nós precisamos uns dos outros, às vezes mesmo longe, somos muito importantes para a vida de alguém, palavras têm um poder maravilhoso e edificante, restauram, resgatam, profetizam, e trazem renovação ao nosso ser.

    E vc Ale,mesmo longe é muito importante prá mim!

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  5. É sem dúvidas foi um dia bem atípico com situações completamente divergentes. Mas como dizem por ai "viva a diversidade". É uma lição e tanto poder ver também que pessoas como as frequentadoras do SKYE muitas vezes não tem a mínima noção do que se passa à alguns kilometros de seu "mundo" e a recíproca também se faz verdadeira. Será que isso realmente é saudável para a vida humana??

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